SAE Ourinhos

História

Brasão do Município de Ourinhos

Ourinhos foi fundada por Jacintho Ferreira de Sá, que após adquirir uma grande área de terras de Dona Escolástica Milchert da Fonseca, loteou uma pequena parte central e doou terrenos para a construção de um grupo escolar e um templo metodista, dando início a um povoado por volta de 1.906.

Dois anos mais tarde, com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, foi criado um Posto da ferrovia, e em 1.912 foi elevado à categoria de Estação. A pequena povoação teve um impulso no seu desenvolvimento vindo a tornar-se município em 13 de dezembro de 1.918, data considerada oficialmente como a de sua fundação.

Com relação ao saneamento público de Ourinhos, a responsabilidade direta sobre todos os serviços sempre foi da Prefeitura, até a criação da  Superintendência de Água e Esgoto pela Lei  Nº 808 de 13/04/1.967  pelo  prefeito Domingos Camerlingo Caló. Iniciando as suas atividades no ano de 1.968, a autarquia municipal passou a ser a responsável pelos serviços de água e esgoto.

A primeira captação de água para abastecimento público da cidade foi construída nas margens do Rio Turvo pelo Prefeito José Galvão em 1929. Até aquela época só existiam poços e cisternas. Foi instalada num ponto bem próximo à sua foz, onde deságua no Rio Pardo, numa área desmembrada da Fazenda Furnas. Ficava a cerca de  cinco km da cidade.

Prefeito José Galvão nas instalações da captação do Rio Turvo

Consistiu, em linhas gerais, por um conjunto motor-bomba com 8HP, ligeiro tratamento por decantação e filtração lenta, recalque para a cidade por um segundo conjunto motor-bomba de 60HP, trabalhando com uma altura manométrica de mais de 200 metros, em uma linha de tubos de 5 polegadas de diâmetro, com cerca de 5 quilômetros de extensão, e, finalmente a distribuição  por duas redes,  alimentadas respectivamente, por  um  reservatório  elevado  de  40  mil litros de capacidade e um reservatório apoiado, com 310 mil litros. Os dois reservatórios localizavam-se na atual sede da SAE, na Av. Altino Arantes.

No ano de 1.944 a cidade contava com apenas 5 mil habitantes, transcorria a gestão do prefeito Hermelino Leão, médico que ocupou a prefeitura em três ocasiões. Naquele ano foi elaborado um projeto com execução iniciada em agosto de 1945 e concluída em janeiro de 1.946 – na gestão do prefeito Mario de Campos Pacheco, mudando a captação do Rio Turvo para o Rio Pardo e prevendo outra linha adutora de 8 polegadas até as instalações dos reservatórios da Avenida Altino Arantes.

Antigos reservatórios para distribuição situados na Av. Altino Arantes (atual sede da SAE)

A captação do Rio Pardo foi construída no mesmo terreno onde funciona a captação atual, distante 3.400 metros da zona central da cidade.  O projeto transformou os dois reservatórios existentes numa pequena estação de tratamento com capacidade para 2 milhões de litros diários. A torre de 40 mil litros foi abandonada e houve o aproveitamento da estrutura do reservatório apoiado e ele foi transformado em decantador.

Um novo reservatório semi-enterrado com 500 mil litros e uma torre com 150 mil litros foram construídos, abastecendo, respectivamente, as zonas de distribuição baixa e alta. Também foi canalizada uma mina que havia perto do antigo matadouro.

Apesar da realização destas obras, com o decorrer do tempo o aumento populacional tornou o abastecimento insuficiente. Em 1.954 a população tinha quadruplicado e estava com 21.335 pessoas. Com a situação alarmante foram perfurados alguns poços artesianos para o combate à escassez.

Houve a abertura de quatro poços entre os anos de 1.957 e 1.958, sendo um conjunto de três poços e respectivas instalações executados na atual Praça Hermenegildo Zanotto, em frente à entrada do estádio do Clube Atlético Ourinhense, e um outro foi aberto nas proximidades da Vila Odilon, onde atualmente cruzam a Avenida Domingos Camerlingo Caló e a Rua Francisco Nunes de Mello.

A vazão dos três poços da antiga Vila Manoela, defronte ao Ourinhense, somavam 86.400 litros/hora, com média de 8 litros/segundo cada e o da Vila Odilon produzia 18.000 litros/hora. A malha urbana se desenvolveu ao longo da linha divisória das Bacias dos Rios Pardo e Paranapanema e a sua população continuava crescente. O serviço de água ainda necessitava de expansão para disponibilizar redes de distribuição para toda a comunidade.

Pouco tempo depois, já no início da década de sessenta, o prefeito da época, Sr. Antônio Luiz Ferreira, conseguiu financiamento junto ao governo do estado e construiu, finalmente, em 1962, os prédios atuais da captação no Rio Pardo e da Estação de Tratamento de Água. O Rio Pardo ficou definitivamente como o principal manancial para abastecimento da população.

Prédio da SAE na Av. Altino Arantes quando era
Estação de Tratamento de Água

Ele nasce à cerca de 180 quilômetros de Ourinhos, na serra de Botucatu, no município de Pardinho. A sua formação é resultado de um conjunto de nascentes localizadas numa mata próxima ao perímetro urbano daquela cidade, que se juntam formando um pequeno leito. Até o momento não possui nenhuma barragem, correndo livre em toda a sua extensão.

Além dos municípios de Pardinho e Ourinhos, o Rio Pardo passa por Botucatu, Itatinga, Avaré, Cerqueira César, Águas de Santa Bárbara, Óleo, Bernardino de Campos, Santa Cruz do Rio Pardo, Chavantes e Salto Grande, cortando-os e servindo de divisa entre alguns deles. Com vazão média de 65,17 mil litros/segundo, é um importante afluente do Rio Paranapanema, indo encontrá-lo no município de Salto Grande.

A Estação de Tratamento de Água de Ourinhos é do tipo convencional, foi projetada, na época, para atender as necessidades de consumo mínimo de 150 litros de água por habitante/dia, e uma população da ordem de 80.000 pessoas.

Antônio Luiz Ferreira, prefeito que construiu a ETA

Com estes números extrapolados já há algum tempo, e com o aumento da demanda de consumo, o sistema de distribuição de água veio sofrendo várias ampliações nas redes de distribuição, nos reservatórios e elevatórias. Para tanto, a Estação também teve de receber adaptações para o aumento da sua capacidade, atingindo nos dias atuais a produção de 400 litros de água por segundo.

Ademais, no ano de 1.995, por iniciativa da Prefeitura, achou-se por bem realizar a perfuração de um poço tubular profundo para fornecimento de água, através de contrato de concessão de prestação de serviços públicos municipais pelo prazo de quinze anos.

Foi realizada a licitação e no ano seguinte entrou em operação o poço artesiano perfurado no pátio da sede da SAE, com 667,00 metros de profundidade e produção prevista na época para 200 mil litros/hora. O poço atingiu o chamado Aqüífero Guarani que é o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da América do Sul e ocupa uma área de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Dois terços da sua área está em território brasileiro, abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul.

Prefeito Domingos Camerlingo Caló, criador da SAE em discurso na solenidade de inauguração

A Superintendência de Água e Esgoto, investindo ininterruptamente em todos os setores pelos quais é responsável, prioriza, no momento, o sistema de distribuição e reservação de água, visando principalmente a sua setorização. Foi construído o conjunto de reservação da Vila São Silvestre, com dois reservatórios de concreto armado, um apoiado de 1 milhão de litros e um elevado de 200 mil litros, assim como a construção do reservatório apoiado do Jd. Anchieta, com capacidade para 1 milhão de litros de água.

A SAE obteve a licença ambiental da CETESB para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto do Rio Pardo, que se encontra na fase do projeto estrutural.

Estão em andamento os projetos para a construção de uma nova captação de água no Rio Pardo e reforma e ampliação do prédio da ETA. O empreendimento prevê a captação e tratamento de 1.000 a 1.500 litros/segundo.

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